terça-feira, 25 de maio de 2010

Educaçao Ambiental Pilhas e Baterias

Venham e participem deste projeto!!!!


A partir do dia 25/05 acontecerá na Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás coleta de lixo eletrônico (pilhas e baterias).

Não joguem esses materiais no lixo comum, eles são poluentes.

Pilhas e baterias podem conter metais pesados como mercúrio, cadmo e chumbo. Se descartadas inadequadamente podem contaminar os recursos hídricos e o solo, causando danos irreversíveis.

O coletor estará na área da lanchonete.

Semana do Meio Ambiente no SENAC

Acontecerá  entre os dias 31/05 a 02/06 na Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás (Unidade Cora Coralina) o evento voltado para o meio ambiente.

Confira a programaçao:

Release do Dia Mundial sem Tabaco (31/05):


Para comemorar a data do Dia Mundial sem Tabaco (31/05), os alunos do 3º período do Curso de Gestão Ambiental, estarão realizando uma exposição de pôsteres científicos, frases impactantes e trabalhos desenvolvidos pela Unidade Curricular Saúde Ambiental, de 31 de maio a 02 de junho, na área de convivência da Faculdade de Tecnologia Senac Goiás. Esta exposição criará oportunidades aos alunos de estarem promovendo a conscientização do controle do tabagismo, de maneira a contribuir com a redução de riscos à saúde e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Esta exposição será uma ação educativa de sensibilização da população para a promoção de “comunidades livres de tabaco”.




Release exposição das maquetes (01/06):


A proposta de elaboração de maquetes consiste em um trabalho interativo que integra o conhecimento científico (teoria e conceitos), o conhecimento dos próprios alunos, o conhecimento das vivências (visitas técnicas) e o uso de mapas, fotos e imagens de satélites na construção cooperada de uma maquete que represente elementos associados à hidrologia. Além de promover a integração entre teoria e prática, fixando conhecimento, tem também por objetivo propiciar aos alunos o desenvolvimento da habilidade de construção de maquetes e a sua utilização para práticas de educação ambiental.


Release Debate do dia 02.06

Novas demandas em nível local, regional e global colocam o tema desenvolvimento e meio ambiente na pauta das discussões atuais. O grande crescimento da população mundial e o modelo de consumo adotado pela grande maioria da população têm contribuído para o aumento dos problemas ambientais com graves conseqüências para a manutenção da qualidade de vida no planeta.

Compreender o processo de desenvolvimento a partir da perspectiva da sustentabilidade e conhecer as implicações desse modelo de desenvolvimento para a economia mundial é um grande desafio de todos aqueles que pretendem atuar na Gestão Ambiental.

Nesta perspectiva, entendemos que este tema suscitar á reflexões e trará muitas contribuições para a formação dos acadêmicos do curso de Gestão Ambiental da Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás. Além disso, será uma oportunidade de convidarmos a comunidade externa para conhecer nossas instalações e nossos cursos.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Trabalhando a Educaçao Ambiental

Trabalhar a Educação Ambiental não é tarefa fácil. Sua prática, muitas vezes, está em desacordo com nossa cultura.


No entanto, no mundo em que vivemos hoje é necessário adotarmos comportamentos voltados à conservação do meio ambiente.

Muitas metodologias são usadas na tentativa de sensibilizar as pessoas da necessidade da mudança comportamental, social e ética em relação ao meio em que vivemos.

Uma metodologia merece destaque, as dinâmicas. Por envolverem seus participantes, os resultados obtidos são mais significativos. Não se pode esquecer que elas devem ser trabalhadas em conjunto com a teoria.

Para obter mais informações e modelos de dinâmicas acesso os seguintes links:

http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=22&class=09
http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=324&class=06
http://www.apoema.com.br/dinamicas.htm
http://teiaonline.blogspot.com/2009/06/dinamicas-ambientais.html
http://www.biobras.org.br/homem/default.asp?pag=dinamicas&secID=49

sábado, 15 de maio de 2010

Palestra: Politica Florestal do Estado de Goiás: situação atual

Data: 17 de maio de 2010 (Segunda-feira)


HORÁRIO: Início às 19h20 e Término às 20h55h

Local: Auditório da Faculdade de Tecnologia Senac Goiás

Av. Independência, Nº 1.002 - St. Leste Vila Nova

Goiânia-GO
CEP: 74645-010
Fone: (62) 3524-4800
www.go.senac.br/faculdade



Informações adicionais:

- Público alvo: alunos do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental

Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais de 5° a 8° séries

Segundo o portal do Ministério da Educação , (MEC) apresenta um documento que tem como finalidade contribui atraves dos Parâmetros Curriculares para o ensino fundamental em geral, ou seja todos ensinos de estudos públicos ou particulares e todos que se interessem por educação.

Em linhas gerais os Parâmetros Curriculares Nacionais se caracterizam por:
  • Apontar a necessidade de unir de esforços entre as diferentes instâncias governamentais e da sociedade, para apoiar a escola na complexa tarefa educativa;
  • Mostrar a importância da participação da comunidade na escola, de forma que o conhecimento aprendido gere maior compreensão, integração e inserção no mundo; a prática escolar comprometida com a interdependência escolar- sociedade tem como objetivo situar as pessoas como participantes da sociedade-cidadãos- desde o primeiro dia de sua escolaridade;
  • Evidênciar a necessidade de tratar de temas sociais urgentes - chamados Temas Transversais - no âmbito das diferentes áreas curriculares e no convivio escolar;
  • Ampliar a visão de contéudo para álém de conceitos, inserindo procedimentos, atitudes e valores como o conhecimentos tão relevantes quantos os conceitos tradicionamente abordados;
  • Link: Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais

segunda-feira, 10 de maio de 2010

FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINENA AMBIENTAL

Acontece de 8 a 13 de junho de 2010 a XII Edição do FICA, na Cidade de Goiás.


Além de shows e mostras de filmes serão oferecidos cursos voltados ao Meio Ambiente.

As fichas serão disponibilizadas a partir do dia 20 de maio de 2010 no site (http://www.fica.art.br/)

Lista de cursos:

Riscos geológicos: a ocorrência de acidentes na Cidade de Goiás e no Estado – Patrícia de Araújo Romão


Data: 9, 10 e 11 de junho

Hora: 15h às 18h

Local: Lyceu de Goiás

Descrição: Apresentar condições geológico-geotécnicas naturais e modificadas quanto ao risco para a população, relacionadas à ocorrência de acidentes no estado de Goiás.


Aplicações e perspectivas do Google Earth na análise ambiental – Fanuel Nogueira Garcia

Data: 9, 10 e 11 de junho

Hora: 15h às 18h

Local: Lyceu de Goiás

Descrição: Demonstrar o potencial das imagens de satelite, principalmente aquelas disponibilizadas pelo Google Earth, para o monitoramento e planejamento ambiental.


Meio Ambiente Urbano – João Baptista de Deus

Data: 9, 10 e 11 de junho

Hora: 15h às 18h

Local: Lyceu de Goiás

Descrição: A cidade e a natureza na sociedade contemporânea. O processo de uso e ocupação do solo urbano. A natureza como imaginário necessário nas cidades. Relação cidade e campo e a questão ambiental. A busca por novos modelos e conceitos de “habitar”.


E essa tal de Biodiversidade? – Paulo De Marco Júnior

Data: 9, 10 e 11 de junho

Hora: 15h às 18h

Local: Lyceu de Goiás

Descrição: 1. O conceito de biodiversidade; 2. Evolução biológica e a biodiversidade; 3. Biodiversidade brasileira e do Cerrado: por que é assim tão importante? 4. Biodiversidade e economia: os serviços dos ecossistemas! 5. Mudanças climáticas e biodiversidade; 6. Biodiversidade e cultura.


Legislação ambiental: entendendo sobre direitos e deveres – Luciane Mascarenhas

Data: 9, 10 e 11 de junho

Hora: 15h às 18h

Local: Lyceu de Goiás

Descrição: Visão geral sobre a legislação ambiental brasileira, sua evolução e os problemas para sua aplicação; a necessária participação da coletividade na defesa do meio ambiente; a proteção legal e os problemas do bioma cerrado; a importância da proteção ao patrimônio cultural como parte integrante do meio ambiente, com enfoque na realidade da cidade de Goiás.


Análise sócio-ambiental da bacia hidrográfica do Rio Vermelho – Manuel Eduardo Ferreira e Pedro Vieira

Data: 9, 10 e 11 de junho

Hora: 15h às 18h

Local: Lyceu de Goiás

Descrição: Obtenção e tratamento de bases cartográficas digitais, manipulação em ambiente de Geoprocessamento (SIG), análise de políticas públicas e caracterização física e socioambiental.


Manejo Sustentável de Espécies Nativas do Cerrado: frutíferas e medicinais – Maria Luiza da Silva Oliveira

Data: 9, 10 e 11 de junho

Hora: 15h às 18h

Local: Lyceu de Goiás

Descrição: Técnicas de manejo sustentável das espécies nativas do cerrado e utilização das plantas na culinária e na medicina popular. Validação do uso das plantas medicinais pelo conhecimento tradicional.

Fonte: http://www.fica.art.br/

Empresa enfrenta novo processo

Perícia da amma constata que resíduos de alimentos depositados por empresa em propriedade rural poluem o solo e contaminam animais

Vinicius Jorge Sassine

Suínos se alimentam de restos industriais que, segundo a Amma, estão impregnados de metais pesados

Um ano e meio depois do mau cheiro que invadiu pelo menos 25 bairros de Goiânia, a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) voltou a abrir um processo contra a Unilever, indústria de alimentos e de produtos de higiene e beleza, localizada na Região Norte da capital. Uma perícia feita pela Amma na Fazenda Paraíso, no quilômetro 8 da GO-462, constatou que os restos de alimentos depositados pela indústria na propriedade rural contaminam o solo e o lençol freático com pesticidas e metais pesados. A contaminação se estende à criação de suínos na fazenda, alimentados com restos industriais impregnados de metais pesados, conforme a perícia da Amma.

Nos resíduos industriais destinados a cerca de 300 porcos criados no local foram encontrados alumínio, arsênio, chumbo, cromo e selênio, segundo testes feitos pela Amma. Já no lençol freático, o órgão municipal detectou índices de pesticidas de 9,58% e de cromo – um metal pesado – de 0,15 miligrama por litro. Pesticidas deveriam estar ausentes e o índice tolerado para o cromo é de 0,05 miligrama por litro, conforme os parâmetros adotados pela Amma. O gerente de Monitoramento Ambiental do órgão, Ramiro Cristiano de Menezes, detectou que parte dos resíduos industriais é carregada pelas chuvas para o Rio Capivara, um afluente do Rio Meia Ponte. “Isso ocorre bem próximo da captação de água para o consumo em Goiânia.”

A fazenda utilizada pela Unilever tem licença ambiental expedida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh). “A Amma pode multar por crime ambiental se eles estão em desacordo com a licença”, diz o presidente da Amma, Clarismino Pereira Júnior. Ele reconhece, no entanto, que são grandes as chances de a multa “cair na Justiça”, pelo fato de a licença ter sido expedida pelo Estado, e não pelo Município.

A Unilever foi considerada responsável pelo mau cheiro detectado na Região Norte de Goiânia em agosto de 2008. A Amma encontrou uma falha no sistema de tratamento dos resíduos industriais e multou a indústria em R$ 10 milhões pela infração de poluição atmosférica. O valor, considerado um dos mais altos já aplicados em Goiânia, levou em conta a extensão do dano provocado pela empresa. O mau cheiro se estendeu por até dez quilômetros, como constataram os técnicos da Amma.

O Município lavrou a multa, a Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema) responsabilizou a indústria pelo mau cheiro e o Ministério Público (MP) estadual moveu ação civil pública contra a empresa, mas, até agora, a Unilever está desobrigada de pagar os R$ 10 milhões. Uma decisão liminar da Justiça estadual suspendeu o pagamento da multa e nomeou peritos para averiguar se a indústria realmente foi responsável pelo mau cheiro. A Agência Municipal do Meio Ambiente pediu a suspeição dos peritos nomeados pela Justiça. “Eles já trabalharam na Unilever”, diz o coordenador da assessoria jurídica da Amma, José de Moraes Neto.

Em nota ao POPULAR, por meio de sua assessoria de imprensa, a Unilever sustenta que a perícia realizada na época comprovou a inexistência de qualquer problema ambiental. “Pela confiança nos trâmites legais em curso, a empresa não entrará em mais detalhes porque o processo está sub júdice”, diz a nota. A Unilever afirma ainda que “trata 100%” dos efluentes gerados no processo produtivo da unidade em Goiânia.

http://www.opopular.com.br/noticias/14mar2010/cidades/11371-empresa_enfrenta_novo_processo.html

Decreto pode beneficiar usinas de álcool

Vinicius Jorge Sassine


Três usinas de álcool e açúcar na região do Vale do São Patrício foram multadas em mais de R$ 4 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), no segundo semestre do ano passado. Elas não respeitaram as áreas de reserva legal e de preservação permanente (APPs), substituindo mata nativa de Cerrado por cana. Além disso, deram continuidade a uma das práticas mais arcaicas na colheita: a queima da cana. Diante da indefinição da nova legislação quanto ao pagamento das multas por quem avança sobre reserva legal e APP, o Ibama tenta negociar com as usinas.

Um decreto do presidente Lula de dezembro do ano passado permite que desmatadores de reservas legais e APPs, se fizerem o compromisso de recuperar o dano ambiental, fiquem livres das multas aplicadas. As usinas seriam beneficiadas pelo decreto, que ainda depende de regulamentação, e por isso o Ibama tenta um acordo para que as áreas devastadas sejam recuperadas, antes de qualquer questionamento pelas empresas do valor das multas aplicadas. As usinas precisam recuperar APPs e reservas ao longo do Rio das Almas para ficaremm livres das autuações.

O acordo pode sair antes da regulamentação do decreto presidencial, que gerou dúvidas e questionamentos. “A gente nem sabe se o decreto será regulamentado dessa maneira. A princípio, esse novo decreto privilegia quem usa de todos os recursos legais para se livrar da multa”, afirma o superintendente do Ibama em Goiás, Ary Soares dos Santos.

http://www.opopular.com.br/noticias/14mar2010/cidades/11366-decreto_pode_beneficiar_usinas_de_alcool.html

 
 
 

Órgão ambiental aplica multa e infrator faz de conta que paga

Vinicius Jorge Sassine

Os órgãos responsáveis por reprimir crimes ambientais em Goiás bem que tentaram, mas não conseguiram fazer valer o instrumento mais utilizado, garantido em lei, para coibir danos ao meio ambiente: o pagamento de multas, muitas delas milionárias. Município, Estado e União autuaram milhares de pessoas e empresas flagradas cometendo alguma infração ambiental e lavraram multas que, somadas, chegam a R$ 134 milhões, entre 2006 e 2009. Um levantamento feito pelo POPULAR mostra que somente R$ 7,4 milhões – ou 5,5% – foram efetivamente pagos, um convite para a impunidade e para a reincidência no desrespeito à legislação ambiental.

A facilidade com que se protela uma multa – ou simplesmente com que se ignora a autuação, sem qualquer consequência para quem infringe a lei – tem relação direta com crimes ambientais cada vez mais recorrentes em Goiás. É o caso do desmatamento de reservas legais, áreas de preservação permanente (APPs) e entorno das unidades de conservação do Cerrado, um bioma já amplamente devastado e, como se vê pelo não-pagamento das multas lavradas, sem qualquer perspectiva de preservação. As multas também não são capazes de reprimir a pesca predatória, as carvoarias ilegais, a mineração sem licença e a queima da cana-de-açúcar, em todo o Estado, e a poluição sonora, do ar e dos mananciais, na Grande Goiânia.

A lei garante aos órgãos ambientais, ligados às estruturas de governo do Executivo, o poder de multar em situações de danos ambientais. Num cenário de déficit generalizado de fiscais, a multa passa a ser um dos poucos instrumentos dos órgãos para tentar repreender o desmatamento ilegal ou o funcionamento de uma indústria sem licença, por exemplo. Quem é autuado, porém, sabe exatamente o que fazer nas três esferas – municipal, estadual e federal – para se livrar da obrigação de pagar a multa e, pior, continuar sua atividade econômica sem se preocupar com qualquer tipo de regra imposta pela legislação.

http://www.opopular.com.br/noticias/14mar2010/cidades/11363-orgao_ambiental_aplica_multa_e_infrator_faz_de_conta_que_paga.html

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Entorno de reserva de Cerrado sofre com devastação

Ambiente



Desmatamento ocorre em desrespeito à legislação e muitas vezes chega até o interior de parques

Vinicius Jorge Sassine

A comprovação do histórico descaso e da recorrência dos crimes ambientais em diferentes Estados aparece num levantamento inédito sobre a situação das mais importantes áreas para a preservação do Cerrado, as chamadas unidades de conservação. O desmatamento avançou sem controle sobre o entorno de dez quilômetros dessas unidades, praticamente os últimos redutos de biodiversidade do bioma mais devastado e – ainda – mais ameaçado do País. Um terço das áreas que circundam parques municipais, estaduais e federais, reservas ecológicas, áreas de preservação ambiental (APAs) e corredores de biodiversidade já foi devastado em mais de 70%, uma perda que transforma essas unidades em pequenas ilhas de vegetação, sem conexão com outros fragmentos de Cerrado.

Imagens de satélite analisadas pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás (UFG) mostram que a devastação consumiu dez quilômetros do entorno das principais unidades de conservação do Cerrado e, em muitos casos, chegou à própria área delimitada pelo Município, Estado ou União.

O Cerrado tem apenas 2,9% de sua área preservada em unidades de conservação e outros 6,5% em áreas de uso sustentável, como APAs, que não representam certeza de preservação. O estudo desenvolvido pelo geógrafo Fanuel Nogueira Garcia, dentro do Lapig, mostra que esses últimos redutos de Cerrado estão amplamente devastados e continuam sendo pressionados pela agropecuária, pela mineração e pela expansão imobiliária.

Fanuel analisou os alertas de desmatamento do Cerrado produzidos pelo Lapig entre 2002 e 2009, com foco específico nas imagens atualizadas das unidades de conservação. Em todo o bioma, são 336 unidades e, após um agrupamento de boa parte delas (em razão da proximidade geográfica), o pesquisador chegou a 137 unidades de conservação, em praticamente todos os Estados por onde se estende o bioma.

Boa parte dessas reservas foi criada justamente em razão dos desmatamentos contínuos, como forma de garantir a preservação do que restou de Cerrado. Mas o que os satélites captaram foi uma contínua devastação, apesar da existência de um parque ou de uma APA. Nos dez quilômetros circundantes de cada unidade, 4,6 mil quilômetros quadrados foram desmatados nos últimos oito anos, o que representa quase 13% de todos os desmatamentos registrados no Cerrado no período.

Essa devastação do entorno das unidades de conservação é um evidente desrespeito à lei. Dentro de parques, reservas e APAs, é proibido qualquer tipo de desmatamento. Uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estende essa proibição para os dez quilômetros em torno das unidades, nos casos em que ainda não tenham sido desenvolvidos planos de manejo. São esses planos que dizem quais áreas poderão ser desmatadas. Em Goiás, portaria da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) proíbe atividades econômicas ao longo desses dez quilômetros, com apenas uma exceção: extração de areia, cascalho e argila para uso exclusivo pelas prefeituras.

“Não há respeito nem aos planos de manejo nem à resolução do Conama”, afirma Roberto Zanin, analista ambiental da Coordenação de Criação de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal responsável pela criação e gestão dos parques. Ele lembra que a criação de planos de manejo é obrigatória num prazo de cinco anos, mas muitas reservas não fazem o plano. Por isso, ficam submetidas à obrigação de preservação ao longo dos dez quilômetros circundantes. “Os desmatamentos detectados já existiam e, se ainda ocorrem, são feitos sem autorização”, diz o gerente de Áreas Protegidas da Semarh, Cláudio Adriano Costa.

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Vinícius Jorge Sassino

A análise das imagens de satélite das unidades de conservação, concluída pelo geógrafo Fanuel Nogueira em dezembro do ano passado, mostra que em 46 unidades – de um universo de 137 – o desmatamento das áreas circundantes ultrapassa 70%. Desses 46 parques e reservas de Cerrado, 9 estão em Goiás, principalmente unidades sob a responsabilidade do Estado. A pior situação é a do Parque Serra da Areia, criado e administrado pela prefeitura de Aparecida de Goiânia. A serra é uma verdadeira ilha de preservação: 92,1% de seu entorno já foram desmatados.

A segunda unidade com o entorno mais devastado é o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, onde está a área de preservação ambiental (APA) do Ribeirão João Leite e onde foi construída a barragem que garantirá o abastecimento de água à Grande Goiânia nas próximas décadas. O fornecimento de água pode ficar comprometido: só restam 10% de vegetação nas imediações do parque e da APA.

Se os maiores índices de conversão estão em São Paulo e em Goiás, em razão da histórica ocupação do Cerrado para a expansão das fronteiras agrícolas, os maiores desmatamentos recentes do entorno de parques e reservas ocorrem em Piauí, Maranhão, Bahia, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É por onde as novas fronteiras se expandem, chegando às unidades de conservação. Na região do Rio Parnaíba e do Parque do Jalapão, no Tocantins, a devastação consumiu 1,58 mil quilômetros quadrados de Cerrado. Isso significa 16% de áreas desmatadas nas imediações das reservas.

A pressão da agricultura, da pecuária, da mineração e das carvoarias chega a outras importantes áreas para a conservação do Cerrado, além dos parques e reservas: os corredores ecológicos e as áreas prioritárias. Os corredores fazem a ponte entre fragmentos de vegetação, dando unidade ao bioma em regiões já bastante desmatadas. O levantamento do Lapig constatou que 12,5% de todos os desmatamentos no Cerrado ocorreram em corredores ecológicos. Nas áreas prioritárias, identificadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como importantes espaços para a conservação, mas ainda não demarcados para a criação de parques, concentra-se quase a metade de todos os desmatamentos registrados entre 2002 e 2009.

O Cerrado ocupa 25% do território nacional e é considerado a savana tropical mais rica em biodiversidade no mundo, tem apenas 43 parques estaduais e 15 parques nacionais.



http://www.opopular.com.br/arquivo/01mar2010/cidades/10098-desmatamento_ultrapassa_os_70_.html